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Entrevista Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging

“A gama de carregadores ‘blueberry’ tem características que não se encontram em nenhum outro produto no mercado”

A empresa portuguesa i-charging (www.i-charging.pt) acaba de apresentar a sua primeira gama de carregadores elétricos de carga rápida: os carregadores “blueberry” são – promove a i-charging – os primeiros no mercado mundial a cobrir a gama 50 a 600kW de potência, uma solução que permite carregar todos os veículos atualmente em circulação bem como os que serão lançados pelas marcas no fututo com baterias até 1000V.

 

Assente na tecnologia “dynamicblue”, uma tecnologia já patenteada pela empresa sediada no Porto, esta inovadora gama de carregadores rápidos para veículos eléctricos anuncia-se mesmo como disruptiva em relação ao que existe atualmente no mercado. Para conhecer melhor esta novidade, a BlueAuto entrevistou Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging…

 

BlueAuto (BA) – “Esta nova gama de carregadores rápidos é disruptiva em relação à oferta atual do mercado”. A afirmação é sua e foi feita na apresentação da gama de carregadores i-charging. Quer explicar-nos por que a considera disruptiva e diferenciadora?

Pedro Moreira da Silva (PMS) – A gama blueberry tem características que não se encontram em nenhum outro produto no mercado. Toda a gama pode fornecer até 1000 V, sendo por isso compatível com todos os veículos ligeiros e também pesados o que ainda não acontece com todos os carregadores no mercado; a potência pode ir até 600kW podendo ir mais além se e quando o mercado necessitar pois a gama é escalável;  a flexibilidade de configurações e de número de saídas; as interfaces, sejam no carregador sejam através de dispositivos móveis, são poderosas quer para o utilizadores quer para as equipas técnicas;  a diversidade de meios de pagamento oferecidas; a colecta intensiva de dados dos carregadores; a novíssima funcionalidade plug&carge;  o sistema patenteado de gestão de cabos de carregamento longos; o seu design; a possibilidade de ser usado para passar conteúdos no seu generoso display; e acima de tudo a tecnologia dynamicblue que está patenteada e que permite uma optimização de operação que está para lá de tudo o que existe actualmente.

 

BA – O que é a tecnologia “dynamicblue”? Em que se distingue das outras tecnologias atuais?

PMS – A tecnologia dynamicblue, que patenteamos, tem a ver com alocação dinâmica de potencia a cada saída em utilização. É graças a ela que conseguimos escalabilidade, flexibilidade, e acima de tudo a carga simultânea e sequencial combinadas. Este conceito é totalmente novo e permite ganhos de operação significativos, por exemplo na carga de frotas, ou na exploração de áreas de carregamento com vários carregadores.

 

BA – Que diferentes tipos de carregadores estão disponíveis?

PMS – A gama é vasta mas sempre feita com 3 modelos : blueberry de 50kW e até 2 saídas; blueberryPLUS de 100 a 600kW e até 2 saídas; blueberryCLUSTER de 100 a 600kW e até 4 saídas. Mais tarde vão ser introduzidas combinações que permitem escalar a potência instalada e o número de saídas até onde se pretender num único sistema em vez de somar carregadores.

 

BA – Os carregadores rápidos hoje disponíveis na rede pública nacional disponibilizam potências à volta dos 50 kW; e a rede de supercarregadores Tesla chega aos 150 kW, nalguns casos 250 kW… Como é possível oferecer 600 kW potência de carregamento?

PMS – Há uma característica muito importante no blueberry que é a tecnologia dynamicblue: um carregador pode ter várias saídas e alocar em cada instante a cada uma delas a potencia necessária ao veículo em questão. Assim um carregador de 600kW com por exemplo 2 saídas pode fornecer 300+300 kW ou 350+250 kW e por aí fora.

Para além disso, actualmente há veículos ligeiros que aceitam até quase 300kW, mas há veículos pesados que aceitam mais. E em breve a potencia vai subir ainda mais, pelo menos no caso dos pesados. Se um veículo necessitar de 500kW o mesmo exemplo de configuração pode fornecer 500 + 100 kW. A gama blueberry está por isso adaptada para os veículos actuais e para os futuros.

 

BA – Em termos práticos, qual é a velocidade de carregamento possível com potências de 600 kW? E isso pode ter aplicação prática, sabendo que a velocidade depende também do sistema interno do veículo elétrico?

PMS – A velocidade de carregamento está sempre relacionada com a potencia usada, que terá de ser possível quer pelo veículo quer pelo carregador, e com a capacidade da bateria a carregar. Se a tecnologia da bateria e o sistema interno do veículo aceitarem 600kW, em 10 minutos carrega-se 100 kWh. Então para um consumo do veiculo por exemplo entre 20 e 200 kWh / 100km, nesse tempo carrega-se entre 500 e 50 km.

 

BA – A quem se destinam os carregadores “blueberry”? Também aos utilizadores particulares de veículos elétricos?

PMS – Um utilizador particular usará os blueberry apenas em carregamento público, mas uma frota pode ter blueberry para seu uso próprio

 

BA – E a que mercados? Nacional, internacional?

PMS – O mercado da i-charging é global

 

BA – Que outras características desta gama de carregadores merecem destaque?

PMS – Conforme a resposta 1. há várias, mas destacava o seu design e interfaces atractivos, e a possibilidade de poder passar conteúdos, o que pode constituir uma fonte de receita adicional para quem o explora.

 

BA – Uma questão mais genérica… A velocidade a que se consegue carregar as baterias é vista ainda como uma das grandes limitações à democratização da mobilidade elétrica. Alguém comentou mesmo que os veículos elétricos a bateria só serão verdadeiramente universais no dia em que o carregamento elétrico levar o mesmo tempo em que se abastece o depósito de gasolina. Na sua opinião de especialista, até onde poderá chegar a tecnologia, em termos de velocidade de carregamento?

PMS – Embora não compartilhe da opinião que menciona, pois há muitos factores que tornam desejável a generalização dos veículos eléctricos que se sobrepõem ao “incómodo” de esperar alguns minutos, a começar pela sustentabilidade, essa questão existe interiorizada para os veículos ligeiros e deve ser esclarecida.

Terá a ver com um modelo de utilização ao qual estamos acostumados há muito, de ir à bomba de combustível abastecer quando necessitamos, onde na realidade perdemos sempre alguns minutos mesmo se não fizermos a paragem técnica para nos reabastecermos também. Mas em geral os veículos são carregados em carga lenta enquanto estão parados, o que demora apenas alguns segundos a iniciar. Quando ocasionalmente usam a carga rápida, quanto maior for a potencia utilizada mais autonomia repõem num dado tempo.

 

BA – A tecnologia das baterias actualmente usadas em ligeiros permite cargas entre 2C e 3C, o que não permite baixar uma carga completa abaixo de 20 minutos mesmo se estiver sempre a 3C, o que não é o caso.

PMS – A evolução das baterias pode vir a permitir baixar este valor, mas não esqueçamos que isso implicará maior potencia dos carregadores e sistemas internos dos veículos

 

BA – A atividade da i-charging não se limita aos carregadores. Que outros produtos disponibiliza? 

PMS – A i-charging tem um foco grande nos sistemas de carregamento e soluções complementares de operação e de integração com a rede eléctrica. Por isso disponibiliza soluções de energia solar e armazenamento, e plataformas de auxilio à operação.

 

 

 

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